Como a Zumba fitness tornou-se um negócio bilionário
Empresa já está presente em 180 países em todo o mundo e faz dançar 15 milhões de pessoas
Zumba: 15 milhões de pessoas participam das aulas em todo o mundo
São Paulo – Uma aula de dança com foco na perda de calorias. Por mais inusitado que pareça, Alberto Perlman, um empresário colombiano que vive em Miami, viu nisso uma oportunidade de negócios. Daí nasceu a Zumba, uma marca de fitness que já movimenta bilhões de dólares.
O ano era 2001 e a bolha da internet tinha acabado de estourar. Com ela, foi-se a empresa de tecnologia que Perlman, então com 21 anos, estava dirigindo.
Ele estava em busca de um outro negócio quando, em um jantar de família, a mãe de Alberto contou sobre um professor de ginástica que estava dando o que falar entre ela e suas amigas.
“Todo mundo faz a aula sorrindo, você já viu isso numa academia?, ela me disse. Eu não levei muito a sério, mas fui conferir”, disse Perlman em entrevista a EXAME.com.
Lá ele conheceu Beto Perez, que misturava dança, ginástica e ritmos pop em uma sala abarrotada com 160 pessoas. “No mesmo dia estávamos em busca de uma produtora para gravar nossos primeiros DVDs”, disse Perlman. O amigo Alberto Aghion também entrou para a nova empresa.
Como nenhum dos dois tinha dinheiro para investir, eles criaram a marca e licenciaram seus direitos para a produtora. “Os vídeos começaram a se espalhar e as pessoas começaram a nos procurar para dar aulas de Zumba”. O primeiro passo depois que o dinheiro começou a entrar foi recomprar a marca.
O segredo de tanto sucesso? “Além de divertida, Zumba é eficiente”. Em uma hora de aula é possível perder entre 500 e 1.000 calorias, a depender do nível de dificuldade.
Expansão
Em 2003, foi lançado o primeiro curso para instrutores. “Esperávamos 10 pessoas e 150 apareceram”, disse o empresário. A partir daí, a estratégia de negócio estava montada.
A empresa não divulga quanto fatura ou quantos professores já formou. Sabe-se que eles já treinaram milhares de instrutores, que trabalham em mais de 200.000 locais em 180 países, incluindo a Islândia, o Nepal e o Afeganistão.
Cada um deles paga 200 dólares pelo curso inicial, o Zumba Basic, e mais 30 dólares mensais para receber os produtos Zumba: novas músicas e coreografias, produtos de marketing e o direito de usar o nome da marca para autopromoção. “Nossos instrutores também se tornam empreendedores”, afirmou Perlman.
Há também outros cursos para aulas especiais, como o Step Zumba e o Aqua Zumba. Todos eles duram 8 horas. Qualquer um pode participar das aulas, mas em países como o Brasil, só os formados em Educação Física podem trabalhar em academias.
O sistema é todo voltado para os professores, mas muitas academias fazem contratos com a empresa, pagando o curso para seus instrutores em troca da fidelidade deles.
Elas têm razão em se preocupar. “Uma das nossas instrutoras na Califórnia ganha 30.000 dólares por mês dando aulas por conta própria em uma quadra alugada”, disse Perlman.
Além dos treinamentos e das mensalidades, a empresa ainda fatura com produtos da marca, como DVDs, roupas e até jogos de videogame. Tudo é vendido ou pelos instrutores, ou pela internet.
O executivo diz que cerca de 25% de seu faturamento vem desses produtos extras. A empresa não divulga números nem confirma, mas o mercado estima, por baixo, que seu faturamento bruto, do início do negócio até agora, tenha sido de mais de 5 bilhões de dólares.
Hoje, Perlman estima que 15 milhões de pessoas assistam às aulas de Zumba em todo o mundo. Cerca de metade delas está nos Estados Unidos. O programa chegou ao Brasil em 2011 e já atende a mais de 350.000 pessoas. O executivo espera que, em três anos, esse número ultrapasse os 5 milhões de alunos.
http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/como-a-zumba-fitness-se-tornou-um-negocio-bilionario?page=2
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